#IncipitBrasil ANTONIO de Beatriz Bracher

Teo dizia "somos cinco, mas um morreu", quando perguntavam quantos irmãos eles eram. Se a pessoa estranhava, ele balançava a cabeça e dizia "eu não o conheci, era o mais velho e morreu nenê". Desde pequenos estudamos juntos, fiquei amigo da família, passava muito tempo na casa deles. Quando eles eram crianças e adolescentes, a casa era alegre, bem diferente da que você conheceu. Tua avó Bel, além de trabalhar e ganhar dinheiro com as aulas na faculdade e no colégio, cuidava de tudo e a bagunça não chegava a ameaçar. Xavier foi editor, escritor, jornalista e dramaturgo, imagino que o dinheiro do dia a dia vinha mais do trabalho da Bel e, até onde entendo, de uns restos de herança. Eles moravam no Butantã, em uma casa que tinha sido do pai de Xavier, do teu bisavô médico.

Editora 34, São Paulo, 2010, 184 páginas.

Da orelha do livro: [...] "Benjamin, o protagonista, ao descobrir por acaso um grave segredo familiar, decide saber dos envolvidos exatamente como tudo se passou."

A seu favor, esse livro conta com a habilidade de sua autora, que demonstra um admirável domínio da técnica narrativa. A cada capítulo, os personagens se revezam para contar suas impressões e versões de fatos e comportamentos que tragicamente atravessam a história de pai (Xavier) e filho (Teo).

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