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#incipitBrasil AS APARÊNCIAS de Daniel Brazil

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  Do prefácio, por Edmar Monteiro Filho:  A farsa e a genialidade, o sentimento genuíno e a ilusão, a luminosidade perfeita e seu eclipse, a atração e o encantamento mágico, a violência crua e o carinho: nos contos de Daniel Brazil os pares de opostos confundem-se na instabilidade das aparências. Natural, portanto, que o fantástico, esse hábil transgressor da realidade, muitas vezes irrompa.

#incipitBrasil O QUE DEVÍAMOS TER FEITO de WHISNER FRAGA

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  Orelha do livro, por Milton Hatoum: "Li há um tempo o Abismo poente e me impressionei com o vigor da linguagem. Ou melhor, com o efeito da linguagem, que me pareceu uma prosa muito poética, dilacerante e, ao mesmo tempo, com um grande poder de convencimento."

#incipitBrasil NEBULOSA de ANDRÉ CÁCERES

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Orelha do livro, por Ana Rusche: André Cáceres é jornalista e grande conhecedor de universos da ficção científica. Assinando reportagens no Estadão, entrevistou pessoas fundamentais da produção internacional, como Ursula K. Le Guin, China Miéville, Kim Stanley Robinson, N. K. Jemisin, Ann Leckie, John Scalzi, entre outras autorias. Essa experiência toda reunida contribuiu para a beleza de Nebulosa, que termina cumprindo a missão de um bom livro sobre universos intergalácticos: nos fazer viajar galáxias afora.   

#IncipitBrasil O TRIBUNAL DE QUINTA-FEIRA Michel Laub

"Ter um corpo de quarenta e três anos não impede que se pense como alguém de quinze. Um amigo meu gosta de fazer piadas sobre merda. Ele manda um WhatsApp: interditei o vestiário. Preciso comer mais linhaça, ele diz. Linhaça é saúde, granola e frutas, o reino das polpas cheias de fibras que tornam consistente o produto das entranhas, um bolo de micro-organismos vivos dos quais só nos lembramos ao sentar no vaso. É muito deselegante começar falando disso? Também lembramos do que somos feitos quando pensamos na morte." Companhia das letras, 2016, São Paulo, 184 páginas. Da orelha: "Um publicitário conta segredos por e-mail ao melhor amigo. Os textos falam de sexo e amor, casamento e traição, usando termos e piadas ofensivas que ajudam a reconstituir uma longa crise pessoal. Quando a ex-mulher do protagonista copia as mensagens e as manda para meia duzia de destinatários, tem início o escândalo que está no centro deste romance explosivo."

#IncipitBrasil AS PERGUNTAS Antônio Xerxenesky

Indicação de Ângela Pontual "No começo era difícil: ela acordava gritando, urros tão desesperados que despertavam os pais e o irmão, eles corriam em direção ao quarto dela imaginando uma tragédia ou no mínimo um acidente sanguinolento e a encontravam na cama, com o torso erguido, as mãos apoiadas no colchão, agarrando com força o lençol, as unhas quase rasgando o tecido, e os gritos iam diminuindo até ela entender o que tinha se passado, até compreender e localizar a linha divisória entre o mundo dos sonhos e a realidade, então ela ficava em silêncio enquanto os pais e o irmão perguntavam “o que foi, o que foi?” e ela respondia com uma voz rouca de quem arranhou as cordas vocais que “foi só um pesadelo”, mas ela sabia que a explicação era simplista, que não valia a pena repetir o que contara aos pais nas primeiras vezes que acordou gritando, isto é, que mesmo depois de acordar, continuava enxergando sombras no quarto, e seu pai, do alto do seu cientificismo, explicava que o cér

#IncipitBrasil FIM DA LINHA O crime do bonde de Rafael Guimaraes

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"Eduardo Pereira da Costa perde a hora da consulta médica, e se dirá mais tarde que este pequeno contratempo teria sido a faísca que acionou os insondáveis mecanismos do acaso rumo ao desfecho inapelável. Não fosse o atraso, ele não estaria na sacada quando os fatos se passaram, portanto, não teria visto o que viu e não se sentiria compelido a fazer o que fez. Outros, contudo, irão ponderar que Eduardo, ainda que ele próprio não tivesse plena consciência da dimensão de seu drama, já estava corroído por pensamentos obscuros. Portanto, a tragédia era questão de tempo." Libretos, 2018, Porto Alegre, 268 páginas. Da 4a capa: Antes do desfecho inapelável e seus danos colaterais, o leitor é convidado a percorrer a jornada dos personagens até ali, através de episódios ambientados nos bastidores políticos da República Velha, na vida boêmia e cultura do Rio de Janeiro no início do século 20, na belle époque porto-alegrense e nas rudes disputas do interior gaúcho, nos quais uma tên

#IncipitBrasil QUEDA DA PRÓPRIA ALTURA de Sérgio Tavares

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"de todas as analogias possíveis à vida, a de uma estrada é a que menos evoca as inspirações pré-fabricadas e a poesia antipessoa. você, eu, o bebê que se descobre humano ao dar o primeiro passo delineamos uma estrada que vai transfigurar matiz, massa e bússola ao longo da vida. há pessoas, com certas vocações passarinhas, que têm uma estrada retilínea, serena e comprida de não enxergar horizonte. outras, que costumam mendigar o desassossego, perdem-se em labirínticas breias, surdas e curtas de medir queda com a própria altura. há ainda aquelas que, quando muito (este terrível mundo!), disparam num zigue-zague contínuo, caminhando uma estrada que não é sua, sem estanque ou absolvição. estradas começam agora; outras, de tão velhas, são esquecidas, deslocadas no tempo. são ocas, eco, ocas, pedregosas de abrir os pés, escoar a chuva, abandonadas ao som da noite. e, como a vida, toda estrada tem fim. nem toda." Confraria do Vento,  2012, Rio de Janeiro, 244 páginas. Da or